Primavera no Inverno
Inspiração: Lucas 10, 25 - 37
Poucas vozes. Tantos vultos. Outras vozes. Nunca olhares. Muitos juízos, de vem em quando injustos. Muitos povos. Poucos próximos. Ah! estar meio morto é estar apagado, entristecido. É não ver sentido. É não ter desafios. É ter-se deixado levar por quem eu não podia. É perder a dignidade, o respeito e a emoção.
É querer tudo e não ter nada. É ter "tudo" e não querer mais nada. Desde que lhe vi em viagem, me recordo de onde eu vim. Lá eu era livre e parece que tenho fugido da liberdade procurando uma prisão. E de fato encontrei. Aprisionei-me buscando liberdade. Procurei respostas prontas. Encontrei muitas perguntas. Procurei por muitas praças. Encontrei muitas celas.
Tantos passaram por mim e nada fizeram. Passei por tantos em igual ou pior condição e nada fiz. Quem esteve ao meu lado e estive do lado de quem? Quem foi meu próximo e fui próximo de quem?
Eterno, tu tens suportado os meus dizeres negativos. Tens suportado o meu desejo de prisão, a minha falta de respeito e o castigo que eu mesmo me criei. Tu deixaste por um momento o teu cavalo. Me fizeste subir na tua montaria. Colocaste este morto em teus ombros e devolveste a vida e o movimento.
Eterno, tu tens suportado os meus dizeres negativos. Tens suportado o meu desejo de prisão, a minha falta de respeito e o castigo que eu mesmo me criei. Tu deixaste por um momento o teu cavalo. Me fizeste subir na tua montaria. Colocaste este morto em teus ombros e devolveste a vida e o movimento.

Deste-me o amparo e ainda levaste-me a uma casa. Deste-me comida e colocaste alguém para de mim cuidar. Peço-te que guardes este hospedeiro. Peço-te que me ensine a ser como tu, pois quero ser mais próximo dos outros; de mim; de ti. Quero ver oásis em desertos, primavera no inverno.
04.10.08
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