Palavras Escritas...
Quando me puseram diante de ti
Perdi todo o medo que havia
E vi nos teus olhos compaixão.
Li tuas palavras e ouvi tua voz
E a partir de então eu soube
O que era do perdão eu ser feliz.
30.03.07
Quando aqueles homens levavam a Jesus aquela mulher para que ele a julgasse, algo inquietava. Sua atitude foi a de ficar em silêncio e escrever naquele chão santo como se conversasse com o Pai. As inquietações surgem para o contemplador quando ele se pergunta: "quais palavras Jesus escrevia ali?", "quem seria eu naquela ocasião?.
Não consigo deixar de imaginar quais palavras em hebraico ou aramaico (acredito que seja numa dessas línguas) ele escrevia ali, como também me coloco no lugar daquela mulher a ter fixos nos seus olhos o olhar confortante do mestre. Da sua boca fluir palavras exortantes: "Ninguém te condenou, por isso eu não te condeno. Vá e não tornes a pecar".
Quaresma: tempo de reflexão e conversão. Tempo difícil, de tentações. Cair no erro se torna fácil, mais do que sempre, me parece. Contudo, imaginar as palavras escritas naquele chão como se ali fosse o meu coração, e ouvir o pedido de Jesus para não mais pecar me trazem uma segurança de que o seu olhar sempre se voltará para mim. Eu só quero não desapontá-lo. E bem mais que isso, quero que o meu "eu-discipulo" se confunda com o mestre.