As Missivas - O Livro dos Meus Dias

Missivas: cartas, epístolas ou, simplesmente, bilhetes que são enviados a alguém.

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"Um poeta é sempre irmão do vento e da água: deixa seu ritmo por onde passa." Cecília Meireles

.............................................O Ritmo do Homem no Compasso de Deus........................................

29.2.08

Os Dois Malfeitores

Inspiração: Lucas 23, 33 – 43.

Tantas são as vezes que erramos e bem sei que não gostamos de errar, mas enfim, erramos. Lembra daquela palavra maldita, daquele olhar torto, daquele falar em hora errada, daquele silencio que negou palavras de carinho? Lembra daquele “não” quando você sabia que tinha que dizer “sim” ou daquele “sim” quando o certo era dizer “não”? E aquela decisão que foi adiada para o dia de São Nunca?
Não é fácil se olhar no espelho e ver uma pessoa cheia de defeitos. Dormir ao fim do dia sabendo ter cometido um grande erro. Não é confortável sequer receber carinho de quem insistimos em fazer mal. E viajando rumo a prisões, o grande ato libertador vem do arrependimento.
Recordo-me de três homens sendo crucificados. Um inocente e dois malfeitores. Cada um sentindo as dores de um corpo frágil perante grande tortura. A morte viria logo e talvez viesse para uns em forma de alívio. Naquele momento, o mais zombado, certamente, era o inocente, declarado blasfemo.
Um desses malfeitores não consegue experimentar a grande graça de arrepender-se, de reconhecer os próprios erros. Não reconhece sequer o seu lugar: o fato de estar sendo crucificado ao lado de Jesus o faz pensar que é igual a Ele. Enquanto isso, o outro malfeitor repreende seu companheiro dizendo: “Nem sequer temes a Deus? Tu que sofres o mesmo suplício? Para nós isto é justo: recebemos o que mereceram os nossos crimes, mas este não fez mal algum”.
Reflita sobre esta imagem e pergunte-se quem você seria nesta situação. O primeiro ladrão que não tem coragem de sofrer as conseqüências dos seus atos; que não se vê inferior nem a justiça divina ou o que temeu a Deus e reconheceu os seus crimes e o merecimento de sua punição; e ainda teve coragem para pedir que fosse lembrado por Jesus? E ainda que fosse um quem você gostaria de ser a partir de agora?
Sua resposta pode ser triste se pensar no seu passado, mas pode ser alegre se tomar uma decisão neste presente.

21.2.08

Saudade do Céu

Inspiração: Lucas 10, 38 – 42.

Eu não sei quanto a você, mas eu já senti saudade do céu. Seja ele pintado de azul e coberto de nuvens ou que seja ele o jardim mais bonito – coberto de flores e de cheiro bom – que puder existir.
Desde cedo aprendemos que há alguém superior a nós. Que somos obra de um artista grandioso, mas você já sentiu isso de coração? Eu já. Entendo quando olho ao redor e vejo violência, fome, miséria, enfermidades que poderiam ser contidas, vícios, desrespeito, maldade, depressão e injustiça; que a insatisfação com que olhamos para tais coisas é fruto de uma saudade de tempos bons, saudade às vezes do que ainda não vivemos.
Mais do que “tempo”, vejo um “lugar”. O Reino do Céu implica em um “mundo” onde se cumpre fielmente a justiça de Deus, portanto sua vontade. Você sente saudade dos tempos em que era criança e não via maldade nas pessoas? Sente saudade dos dias em que saía de casa e não sentia medo? Hoje, provavelmente, o medo lhe faz até discriminar outras pessoas.
Pense bem! Quando você sente saudade de um amigo, o que você faz? Visita-o, não é verdade? Essa saudade que você sente do Céu pode ser porque Deus já lhe convidou tantas vezes para visitá-Lo e você não atendeu o Seu chamado. É... A saudade chega e é uma forma bonita que Deus tem de continuar presente; de continuar lhe chamando para voltar-se para o alto ou dentro de si. Não espere para visitá-Lo nos dias de dor e desespero, aproveite que você ainda sente saudade. Cultive e regue com a mais pura água essa saudade, porque a saudade do Céu o faz lembrar de onde você é. Preciso dizer de onde?