O Sonho da Noite Anterior (2)
E lá estava ele.
O meu sonho, o sonho de uma vida, ali, materializado.
O que senti? Nem sei. Muitas coisas, é certo, acho que tantas que o vocabulário não me acompanha. Lembro de uma história em quadrinhos que li há anos, feita - argumento e desenhos - por um menino de dez anos. O personagem do menino encontrava uma lâmpada mágica, e os 3 desejos regulamentares eram concedidos. O que desejar?? Muito dinheiro? Egoísta. A paz mundial? Será que funcionaria? E de repente fez-se a luz. Pediu duas coisas quaisquer (nem lembro quais) e o pulo do gato, a sacada genial - desejou encontrar a lâmpada novamente. Assim, fazendo pedidos aos pares e desejando sempre encontrar a lâmpada de novo, encontrou o jeito de perpetuar a sorte.
E eu? O que faço com esse sonho aqui na frente? Penso no que passei para chegar até aqui. Penso que nesse momento os sentimentos poderiam ser outros. E se eu nunca tivesse tido a oportunidade de olhá-lo de frente? Se meu sonho nunca estivesse ao alcance dos meus dedos? E se eu nunca o tivesse sonhado?
Então, senti-me inseguro. Duvidei. Era mesmo O MEU sonho? Não podia acreditar que... Que o mundo havia se arranjado de tal forma que permitisse aquilo. No entanto, não posso negar a euforia de poder observá-lo como faz um cientista. Estudei-o por horas. Não podia me permitir falhar. Não podia tentar agarrá-lo e ao tentar, deixar escapá-lo.
Sentia-me atraído como um jovem apaixonado. Por toda a vida pedi a Deus que me concedesse apenas uma chance. Era mais do que necessário. Eu nem ambicionava uma lâmpada dos três desejos. Muito menos desejar encontrá-la mais de uma vez. Acho que você não poderia entender. Era o meu sonho: único e intocável, simples e ingênuo.
Lá estava ele e por mais que quisesse correr ao seu encontro minhas pernas não conseguiam. Simplesmente travaram. Era como se eu fosse uma árvore. Eu estava ali enraizado, preso ao chão. Esticava os meus galhos em sua direção. Tudo em vão. Acho que a espera de uma vida me petrificou.
A euforia deu lugar ao desespero. As mãos suavam frio. O corpo tremia. Quanto mais pensava na minha condição, ali paralisado, mais me desesperava. Mais suava frio e mais o corpo tremia. Era um ciclo quase sem fim. Acho que se não fosse assim, não o teria alcançado.
Acho que o medo de perdê-lo, de deixar escapá-lo, contribuiu para que eu continuasse atento. Não me deixou desviar do meu propósito. Por nenhum momento pensei em desistir. Questionei-me se seria capaz, mas nunca decidi que seria um fracassado. Acredito que é tudo uma questão de decisão. Se você decide que vai vencer, não importa quantas vezes caia, levantará logo em seguida.
Lá estava o meu sonho e o mais incrível era que por mais que fosse o meu sonho não era exatamente como eu o tinha sonhado. Mas eu sentia que era ele. Disso eu tinha certeza. Não podia ser outro. Acho que o sonho estava disfarçado exatamente como são as oportunidades que temos na vida. Aquilo ali materializado não era o mais importante. O essencial era o que poderia fazer com ele. Para onde aquilo me levaria. É aquela velha história: ninguém compra a furadeira, mas os furos que vai fazer com ela.
Então decidi. Daria um passo de cada vez. Já o tinha estudado bastante. Porém, percebi que a cada passo que dava na sua direção observava mais detalhes. Era como se estivessem lá coisas que não estavam antes. Parecia outra coisa completamente diferente, mas eu tinha certeza que aquele era meu velho sonho.
Cada passo era doloroso, mas recompensava o fato de estar mais próximo do meu sonho. Cada vez mais sentia o calor que dele emanava. Não posso dizer que a experiência que fui conquistando em cada passo ia tornando o caminho menos doloroso. Mas eu posso dizer que era recompensador. Sentia até medo de ser enganado pela sensação de vencer uma meta. Eu sabia que a realização do sonho estava indiscutivelmente ligada ao cumprimento do objetivo. Não queria nadar, nadar, nadar e morrer na praia. Eu estava focado: venceria.
Até que chegou o momento de vencer, de conquistá-lo. Mas acordei. Estava de volta ao meu quarto. Percebi quando vi as paredes azuis, os meus brinquedinhos, as minhas fotos com mamãe e papai. Eu era novamente uma criança de 12 anos de idade. Quem que inventou seus sonhos ao dormir não se perguntou o porquê de acordar? E por qual motivo, somente, sonhos ruins têm começo, meio e fim? Alguém pode me explicar como dormir e continuar o sonho da noite anterior?
Eu já não tinha mais dúvidas: o sonho continuaria, mas agora era de verdade. Era real. O sonho da noite anterior não ficaria no passado, mas se cumpriria no futuro, sendo construído no presente.
O meu sonho, o sonho de uma vida, ali, materializado.
O que senti? Nem sei. Muitas coisas, é certo, acho que tantas que o vocabulário não me acompanha. Lembro de uma história em quadrinhos que li há anos, feita - argumento e desenhos - por um menino de dez anos. O personagem do menino encontrava uma lâmpada mágica, e os 3 desejos regulamentares eram concedidos. O que desejar?? Muito dinheiro? Egoísta. A paz mundial? Será que funcionaria? E de repente fez-se a luz. Pediu duas coisas quaisquer (nem lembro quais) e o pulo do gato, a sacada genial - desejou encontrar a lâmpada novamente. Assim, fazendo pedidos aos pares e desejando sempre encontrar a lâmpada de novo, encontrou o jeito de perpetuar a sorte.
E eu? O que faço com esse sonho aqui na frente? Penso no que passei para chegar até aqui. Penso que nesse momento os sentimentos poderiam ser outros. E se eu nunca tivesse tido a oportunidade de olhá-lo de frente? Se meu sonho nunca estivesse ao alcance dos meus dedos? E se eu nunca o tivesse sonhado?
Então, senti-me inseguro. Duvidei. Era mesmo O MEU sonho? Não podia acreditar que... Que o mundo havia se arranjado de tal forma que permitisse aquilo. No entanto, não posso negar a euforia de poder observá-lo como faz um cientista. Estudei-o por horas. Não podia me permitir falhar. Não podia tentar agarrá-lo e ao tentar, deixar escapá-lo.
Sentia-me atraído como um jovem apaixonado. Por toda a vida pedi a Deus que me concedesse apenas uma chance. Era mais do que necessário. Eu nem ambicionava uma lâmpada dos três desejos. Muito menos desejar encontrá-la mais de uma vez. Acho que você não poderia entender. Era o meu sonho: único e intocável, simples e ingênuo.
Lá estava ele e por mais que quisesse correr ao seu encontro minhas pernas não conseguiam. Simplesmente travaram. Era como se eu fosse uma árvore. Eu estava ali enraizado, preso ao chão. Esticava os meus galhos em sua direção. Tudo em vão. Acho que a espera de uma vida me petrificou.
A euforia deu lugar ao desespero. As mãos suavam frio. O corpo tremia. Quanto mais pensava na minha condição, ali paralisado, mais me desesperava. Mais suava frio e mais o corpo tremia. Era um ciclo quase sem fim. Acho que se não fosse assim, não o teria alcançado.
Acho que o medo de perdê-lo, de deixar escapá-lo, contribuiu para que eu continuasse atento. Não me deixou desviar do meu propósito. Por nenhum momento pensei em desistir. Questionei-me se seria capaz, mas nunca decidi que seria um fracassado. Acredito que é tudo uma questão de decisão. Se você decide que vai vencer, não importa quantas vezes caia, levantará logo em seguida.
Lá estava o meu sonho e o mais incrível era que por mais que fosse o meu sonho não era exatamente como eu o tinha sonhado. Mas eu sentia que era ele. Disso eu tinha certeza. Não podia ser outro. Acho que o sonho estava disfarçado exatamente como são as oportunidades que temos na vida. Aquilo ali materializado não era o mais importante. O essencial era o que poderia fazer com ele. Para onde aquilo me levaria. É aquela velha história: ninguém compra a furadeira, mas os furos que vai fazer com ela.
Então decidi. Daria um passo de cada vez. Já o tinha estudado bastante. Porém, percebi que a cada passo que dava na sua direção observava mais detalhes. Era como se estivessem lá coisas que não estavam antes. Parecia outra coisa completamente diferente, mas eu tinha certeza que aquele era meu velho sonho.
Cada passo era doloroso, mas recompensava o fato de estar mais próximo do meu sonho. Cada vez mais sentia o calor que dele emanava. Não posso dizer que a experiência que fui conquistando em cada passo ia tornando o caminho menos doloroso. Mas eu posso dizer que era recompensador. Sentia até medo de ser enganado pela sensação de vencer uma meta. Eu sabia que a realização do sonho estava indiscutivelmente ligada ao cumprimento do objetivo. Não queria nadar, nadar, nadar e morrer na praia. Eu estava focado: venceria.
Até que chegou o momento de vencer, de conquistá-lo. Mas acordei. Estava de volta ao meu quarto. Percebi quando vi as paredes azuis, os meus brinquedinhos, as minhas fotos com mamãe e papai. Eu era novamente uma criança de 12 anos de idade. Quem que inventou seus sonhos ao dormir não se perguntou o porquê de acordar? E por qual motivo, somente, sonhos ruins têm começo, meio e fim? Alguém pode me explicar como dormir e continuar o sonho da noite anterior?
Eu já não tinha mais dúvidas: o sonho continuaria, mas agora era de verdade. Era real. O sonho da noite anterior não ficaria no passado, mas se cumpriria no futuro, sendo construído no presente.
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